Sem dúvida que as crenças fazem
parte do vocabulário psicoterapêutico…mas o que são? Como funcionam? O que
fazer com elas?
São um dos conceitos basilares e fundamentais
da psicologia cognitivo-comportamental; podem ser entendidas por atitudes, pressupostos, regras consolidados no processo de desenvolvimento, influenciados por pensamentos
automáticos, e percepções que se constituem como esquemas mentais de
funcionamento. As crenças determinam o modo pelo qual se responde aos estímulos em determinadas e particulares situações; quando desajustadas as crenças são denominadas de irracionais.
Uma das teorias mais ecléticas da
corrente comportamental(ista) é a Terapia Comportamental
Emotiva-Racional (REBT/TCER) de Albert Ellis, que enfatizou a
importância dos elementos emocionais e cognitivos, postulando que cognições,
emoções e comportamentos estão intimamente ligados, interagindo e sobrepondo-se
entre si, de forma complexa, reflectindo-se na saúde
mental…
Stephen Palmer e Michael Neenan desenvolveram
um modelo Cognitive Behavioural Coaching (CBC) de 7 passos, profundamente
inspirado nas premissas de Ellis, aplicando-as ao processo de coaching. Paralelamente
o mesmo autor (Neenan) e Dryden apresentaram o modelo (A-B-C-D-E). Resumindo:
(A) – Avaliar as experiências vivenciais;
(B) – Analisar
as consequências emocionais e comportamentais, determinadas e
influenciadas por convicções ou crenças;
(C) – Identificar
crenças desajustadas consideradas irracionais e geradoras de
perturbação;
(D) - Determinar
as crenças que devem
ser trabalhadas e substituídas;
(E) – Promover mudança de atitude e de substituição de crenças irracionais, implicando uma nova
visão do mundo, em especial do próprio indivíduo.
As técnicas mais
comuns na TCER
são
tarefas cognitivas de leitura e auditivas, criação de imagens comportamentais
e emocionais/evocativas. Trata-se de tornar o indivíduo consciente (insight
cognitivo) das suas crenças irracionais e comportamento desajustado, através do
treino sensorial acima descrito.
Existem também tarefas de consolidação
– por exemplo as comportamentais, in vivo,
em que testam a capacidade de tolerância a situações desafiantes, de modo a
fortalecer as crenças racionais e as crenças emocionais – que promovem a consolidação
do insight emocional.
Esta perspectiva contrasta
com as correntes behavioristas radicais, concedendo um
papel mais “empoderador” e activo ao indivíduo, na medida, em que se promove
a “auto-cura” de uma forma “elegante” (TCER
elegante ou preferencial) i.e. o indivíduo incorpora a mudança no seu próprio
estilo de vida.
Na TCER parte-se do
pressuposto que o indivíduo pode mudar as filosofias “anti-sociais e auto-destrutivas” para uma adaptação e reinserção
na sociedade, sendo que o objectivo é maximizar a liberdade de
escolha e realizar
o potencial humano.
Deixo um desafio: pense sobre o que
acredita acerca de si mesmo, depois decida o que quer manter para si e o que
quer abandonar…
“Se você acha que pode, ou que não pode fazer alguma
coisa, você tem sempre razão. – Henry Ford”.
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