Slogan de Alexandre O’Neill (sim, o poeta
surrealista). Sempre gostei dessa expressão, sempre gostei do mar; sobretudo da
sua força aparentemente incontrolável, porém regido pelas leis das marés, pela vontade
da lua, pelo movimento da terra.
É
incontornável (não) falar de marinheiros, para estes há que ir para o mar mesmo
com ondas gigantescas, enfrentar monstros marinhos, quebrar cabos das
tormentas, aguentar a nau, quem sabe descobrir novos mundos...
Cada partida reúne em si um carácter complexo e
fluído, de múltiplas dimensões da experiência individual do marinheiro: uma
nova percepção do mar e da terra, exploração de novos horizontes, desenvolvimento
de novos dialectos, ligeiros escaldões solares, salitre empedernido na pele…
Depois de ir, há que rumar a bom porto e atracar
seguramente no cais, lançando-se as cordas robustas (feitas de nós de Bowlby)
ao amarrador, para segurar o navio junto aos cabeços nas bermas de atracção.
Não se pense que este trabalho de amarrador é fácil, pois exige mais técnica do
que força, há que ter uma postura adequada para evitar os perigos da amarração
dos cabos – exige pois engenho e arte…

Regressa a casa (à base-segura), ao mesmo sítio de sempre, no entanto, o marinheiro chega diferente. E a vontade de ir volta a crescer… há mar e mar, há ir e voltar, para novamente partir e enfrentar novas marés.