Ratinhos de laboratório, hamster de estimação,
quem nunca observou a corrida frenética de um roedor nas rodinhas dentro da
gaiola… Porque corre tanto? Não vai a nenhum lado! Será que se exercita,
melhorando a qualidade dos músculos? Estará a preparar o seu corpo para uma
prova de resistência? Apesar de ser intrigante ver tamanha agitação, sabemos
que é uma questão de tempo até o ratinho se cansar e a roda parar, pois embora
empregue tanto esforço nunca vai sair do mesmo lugar…
Por vezes, existem momentos que se assemelham a
gigantes rodas e há ratinhos que, embora se dediquem a uma corrida
frenética, nunca cortarão nenhuma meta, pois o que fazem é alimentar a força
motriz da roda, apenas isso… até ficarem exaustos.
“Rat race” é uma expressão análoga ao esforço empregue em situações
cíclicas e inúteis de desgaste constante (veja-se, a título de exemplo, a corrida de um ratinho na roda, no laboratório). Mais
uma expressão do quotidiano das sociedades modernas, refletora do estilo de
vida, caracterizada pela velocidade dos pensamentos, das obrigações,
da sobrecarga mental, da hiperocupação, bem… já se sabe no que vai originar:
cansaço e frustração.
Por mais que se procure a ocupação total, vai
sempre haver a sensação de se estar incompleto. Por mais que se busque a
perfeição, haverá sempre algo imperfeito. Então porque continuar a correr,
incessantemente?
Parar, sair da
roda. Ouvir o corpo, escutar a mente. Saber abrandar quando se sente fumo,
poderá evitar queimar o motor! Abrandar ou parar não é sinónimo de fraqueza,
mas de inteligência e de auto-estima. Pense e analise bem as rodas (camufladas)
com que se poderá deparar ao longo da estrada da vida…
Jennifer Kunst, psicanalista norte-americana
confessou ter sofrido um insight quando um paciente
a interpelou, perguntando-lhe: “Are you a member of the rat race or the
human race?”