Algumas pessoas têm dúvida na hora de escrever “tenho
de” ou “tenho que”, qual é a forma correta? Segundo alguns peritos da língua,
existe uma diferença no uso empregue das expressões:
“Tenho de” – quando há dever, obrigação, necessidade.
“Tenho de ler” (sou obrigado a ler);
“Tenho que” – quando há algo para fazer. “Tenho muito
que ler” (tenho muitas coisas para ler). Portanto, depende do contexto e
sobretudo do sentido, ninguém disse que português era fácil e as palavras têm o
seu peso…
No fundo, em ambas as expressões, a ação parece
já praticamente predestinada; não haverá muito a fazer, apenas tem de/que cumprir.
Mas… já pensou em substituir o verbo ter pelo querer?
Há uma linha que separa o ter do querer e embora
pareça ténue, divide o campo da obrigação do da vontade. Na maior parte das vezes,
preterimos o querer pelo “ter de”. Mas já se perguntou o que realmente quer? Sei
que há obrigações, mas também há opções e há o querer.
“Tenho de fazer isto, tenho de fazer aquilo”, já
experimentou mudar a expressão para: quero fazer isto, quero fazer aquilo?
Se faz parte do clube dos “tenho de inveterados”
saiba que ao querer vai continuar (!) a ter
de acarretar com a responsabilidade da opção e vai ter que lidar com os múltiplos resultados, só que desta vez é
porque quer, porque lhe apetece, faz sentido?
É claro que não tem de substituir esta expressão, se ela lhe confere as mais
seguras linhas de orientação mas, às vezes, ao mudar a linguagem interna ultrapassamos
enormes barreiras, rumo a uma melhor qualidade-de-vida…
Uma vez um amigo disse-me: “Tenho de ser feliz!”
E eu perguntei-lhe logo de seguida: “Tens ou queres ser feliz?”