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terça-feira, 4 de setembro de 2012

O "ter de".

Algumas pessoas têm dúvida na hora de escrever “tenho de” ou “tenho que”, qual é a forma correta? Segundo alguns peritos da língua, existe uma diferença no uso empregue das expressões:
 
“Tenho de” – quando há dever, obrigação, necessidade. “Tenho de ler” (sou obrigado a ler);
“Tenho que” – quando há algo para fazer. “Tenho muito que ler” (tenho muitas coisas para ler). Portanto, depende do contexto e sobretudo do sentido, ninguém disse que português era fácil e as palavras têm o seu peso…
 
No fundo, em ambas as expressões, a ação parece já praticamente predestinada; não haverá muito a fazer, apenas tem de/que cumprir. Mas… já pensou em substituir o verbo ter pelo querer?
 
Há uma linha que separa o ter do querer e embora pareça ténue, divide o campo da obrigação do da vontade. Na maior parte das vezes, preterimos o querer pelo “ter de”. Mas já se perguntou o que realmente quer? Sei que há obrigações, mas também há opções e há o querer.
 
“Tenho de fazer isto, tenho de fazer aquilo”, já experimentou mudar a expressão para: quero fazer isto, quero fazer aquilo?
 
Se faz parte do clube dos “tenho de inveterados” saiba que ao querer vai continuar (!) a ter de acarretar com a responsabilidade da opção e vai ter que lidar com os múltiplos resultados, só que desta vez é porque quer, porque lhe apetece, faz sentido?
 
É claro que não tem de substituir esta expressão, se ela lhe confere as mais seguras linhas de orientação mas, às vezes, ao mudar a linguagem interna ultrapassamos enormes barreiras, rumo a uma melhor qualidade-de-vida…
 
Uma vez um amigo disse-me: “Tenho de ser feliz!” E eu perguntei-lhe logo de seguida: “Tens ou queres ser feliz?”