“Se tiver de suportar duas ou três lagartas,
para chegar a conhecer as borboletas, não faz mal. Dizem que é tão bonito…”. Em 1943, Antoine Marie Roger de Saint-Exupéry
escrevia “Le Petit Prince”, em português o “Principezinho” deixando para a
história da literatura uma obra mundialmente (re)conhecida.
Tido para muitos como um livro para crianças,
esta obra reúne metáforas encontradas nos contos infantis e nas fábulas
imortalizadas pela fantasia e o fantástico; porém, o Principezinho é sobretudo uma dissertação sobre o mundo, proliferada
com profundas reflexões filosóficas.
Efectivamente antes de chegar a borboleta, a lagarta ainda passará ao estádio de crisálida, tal obra de arte que está em composição, em crescimento ovular contendo a potencialidade do ser.
Embora os
holofotes incidam sobre uma obra no seu estado final, é sem dúvida no
processo metamórfico que reside o maior interesse derivado do investimento e
desgaste, nem sempre atractivos, mas essenciais. Ah e há borboletas mais raras
do que outras…
Por isso, talvez compense suportar algumas lagartas e crisálidas, quanto mais não seja para saber reconhecer as mais resplandecentes borboletas… e pelo caminho pode ser que (re)encontre o seu Principezinho, pois como Saint-Exupéry disse: “Todas as pessoas crescidas foram primeiro crianças. Mas poucas se lembram disso.”