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terça-feira, 21 de agosto de 2012

The time is now.

Parece eterna a questão do tempo psicológico. Como vivemos e experienciamos os momentos, como nos ocupamos mentalmente: com memórias passadas, com projectos atingir no futuro, no que se faz no presente?

Philip Zimbardo e John Boyd presenteiam-nos com “The Time Paradox”, o Paradoxo do Tempo, decifrando alguns paradoxos e desvendando comportamentos orientados temporalmente. Para os autores, a atitude perante a orientação ou perspectiva temporal tem um impacto importante na nossa qualidade de vida, porém poucos têm consciência disso. Uma importante ilação desta obra, prende-se com o facto da orientação temporal ser aprendida e, aquando da tomada de consciência, ser modificável.

Existem pessoas com orientação para o passado geralmente muito arreigadas às tradições, ao núcleo familiar… às memórias. É claro que a orientação pode ser positiva, mas também pode ser o oposto… o cerne das pessoas altamente orientadas para este tempo é o facto de estarem “presas”, encalhadas num momento.

As pessoas com orientação para o futuro geralmente têm bons resultados académicos, bons profissionais, organizados, mas apresentam baixíssima tolerância ao inesperado, à frustração, a pequenas coisas como a simples demora no trânsito, é uma enorme perda de tempo…

Já pensou que quando se ignora o presente e se olha, primordialmente, para o passado ou para o futuro em busca da felicidade, pode-se perder a que está mesmo à frente do nosso nariz? Eu explico, o tempo passado ou o tempo futuro, são construções mentais, no fundo “vividas” no presente (a sua mente irá recordar ou projectar emoções); deste modo ao ocupar a sua mente com esses tempos, poderá não prestar atenção ao momento físico e real. Quem sabe até poderia ser um daqueles importantes para tempos futuros, ou uma boa memória para recordar… dá que pensar.

Um dos paradoxos do tempo prende-se com a orientação no presente, necessária para se aproveitar a vida, mas esta orientação em demasia pode subtrair felicidade, é em si um paradoxo. Cair em rotina, e na automatização dos comportamentos acaba por ser contraproducente, mas uma orientação altamente centrada no presente hedonista tem o reverso da medalha, e como alguém disse um dia, “o que é demais é erro”…

Como já deve ter percebido, no inigualável mundo das ciências humanas, não há lógicas a preto e branco, neste específico caso trata-se de orientações temporais que foram construídas por si, no seu processo de desenvolvimento. Isto não significa que tenha de funcionar assim ad aeternum

Acima de tudo, (na minha opinião) seja qual for a sua orientação mais vincada, passado, presente, futuro, pense num tempo mais determinante do que todos, o agora. Esteja a recordar momentos do passado, que funcionam como âncoras alicerçadoras da sua felicidade, ou a mudar as suas atitudes face a acontecimentos passados; a desfrutar a alegria do momento; ou a traçar objectivos a atingir brevemente, o que estiver a fazer, está a fazê-lo agora. O que quiser mudar faça-o, agora. Esse é o tempo mais determinante de todos. Agora.