Philip Zimbardo e John Boyd
presenteiam-nos com “The Time Paradox”,
o Paradoxo do Tempo, decifrando alguns paradoxos e desvendando comportamentos
orientados temporalmente. Para os autores, a atitude perante a orientação ou perspectiva temporal tem um impacto importante na nossa qualidade de vida, porém
poucos têm consciência disso. Uma importante ilação desta obra, prende-se com o facto da
orientação temporal ser aprendida e, aquando da tomada de consciência, ser
modificável.
Existem pessoas com orientação
para o passado geralmente muito arreigadas às tradições, ao núcleo
familiar… às memórias. É claro que a orientação pode ser positiva, mas também
pode ser o oposto… o cerne das pessoas altamente orientadas para este tempo é o
facto de estarem “presas”, encalhadas num momento.
As pessoas com orientação para
o futuro geralmente têm bons resultados académicos, bons profissionais,
organizados, mas apresentam baixíssima tolerância ao inesperado, à frustração,
a pequenas coisas como a simples demora no trânsito, é uma enorme perda de
tempo…
Já
pensou que quando se ignora o presente e se olha, primordialmente, para o
passado ou para o futuro em busca da felicidade, pode-se perder a que está
mesmo à frente do nosso nariz? Eu explico, o tempo passado ou o tempo futuro,
são construções mentais, no fundo “vividas” no presente (a sua mente irá
recordar ou projectar emoções); deste modo ao ocupar a sua mente com esses
tempos, poderá não prestar atenção ao momento físico e real. Quem sabe até
poderia ser um daqueles importantes para tempos futuros, ou uma boa memória para
recordar… dá que pensar.
Um dos
paradoxos do tempo prende-se com a orientação no presente, necessária para se
aproveitar a vida, mas esta orientação em demasia pode subtrair felicidade, é
em si um paradoxo. Cair em rotina, e na automatização dos comportamentos acaba
por ser contraproducente, mas uma orientação altamente centrada no presente
hedonista tem o reverso da medalha, e como alguém disse um dia, “o que é demais
é erro”…
Como já deve ter percebido, no inigualável
mundo das ciências humanas, não há lógicas a preto e branco, neste específico
caso trata-se de orientações temporais que foram construídas por si, no seu processo de desenvolvimento. Isto não
significa que tenha de funcionar assim ad
aeternum…
Acima de tudo, (na minha opinião) seja qual for a sua
orientação mais vincada, passado, presente, futuro, pense num tempo mais
determinante do que todos, o agora. Esteja a recordar momentos do passado, que
funcionam como âncoras alicerçadoras da sua felicidade, ou a mudar as suas atitudes
face a acontecimentos passados; a desfrutar a alegria do momento; ou a traçar
objectivos a atingir brevemente, o que estiver a fazer, está a fazê-lo agora. O
que quiser mudar faça-o, agora. Esse é o tempo mais determinante de todos.
Agora.