“Carpe Diem” - quem (não) se recorda desta
expressão em latim, popularizada pela sensível e imortalizada obra
cinematográfica “Dead Poets Society”
(O Clube dos Poetas Mortos)?
Podemos dominar teórica e intelectualmente
inúmeros conceitos, mas ao não usufruir da sua prática, serão apenas palavras,
meros conceitos pousados numa vitrina, deixados à mercê dos tempos…
Para os menos familiarizados com a expressão,
“Carpe Diem” significa “Aproveita o Dia” perdoem-me os mais puristas e
filólogos, mas penso que a designação estará bem aproximada.
Há quem considere esta expressão latina
“desengonçada” e já banalizada. Talvez o seu uso tenha sido, por vezes,
superficial e abusivo, porém é um dos melhores conselhos de sempre, na minha
modesta opinião…
Gilles Lipovetsky (A Felicidade Paradoxal, A Era do Vazio)
refere o uso banalizado da expressão numa sociedade hipermoderna caracterizada
pelo consumismo selvagem e pelo vazio interior, marcados pela efemeridade do
tempo. Porém, não é pelo facto de se utilizar “cinicamente” um conceito que
este passa a perder a sua validade e essência, certamente…
A questão é aparentemente fácil de colocar, mas
parece-me mais trabalhosa de avaliar (com rigor). Quando se coloca no topo
apenas os desafios e as metas a atingir, como pesados fardos que se vão
carregando às costas, opta-se pela concentração no peso que se transporta,
deixando-se de observar e apreciar o caminho a percorrer. Deixa-se de viver
para sobreviver; automatizam-se comportamentos, confunde-se rigor e disciplina
com ausência de alegria e satisfação.
Parece-me incontornável a obra de Eckart Tolle
(Poder do Agora), a mensagem é simples, viver um dia de cada vez, viver o
momento, o presente: “Não
siga o passado, não se perca no futuro (…) O céu é Aqui e Agora, não
o procure noutro lugar".
Com os múltiplos desafios do quotidiano
(incontestavelmente importantes) há que estar pronto para responder à altura a
todas as exigências, porém, convém não esquecer o direito (!) a divertir-se e a
poder relaxar… sim a descontrair!
Dito isto, gostaria apenas de relembrar que
pode, sempre que quiser, respirar fundo e desfrutar daquilo que o rodeia, pois
(quase) tudo padece de efemeridade… por isso “enjoy yourself it’s later than you think”.