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terça-feira, 5 de junho de 2012

Carpe Diem





“Carpe Diem” - quem (não) se recorda desta expressão em latim, popularizada pela sensível e imortalizada obra cinematográfica “Dead Poets Society” (O Clube dos Poetas Mortos)?

Podemos dominar teórica e intelectualmente inúmeros conceitos, mas ao não usufruir da sua prática, serão apenas palavras, meros conceitos pousados numa vitrina, deixados à mercê dos tempos…

Para os menos familiarizados com a expressão, “Carpe Diem” significa “Aproveita o Dia” perdoem-me os mais puristas e filólogos, mas penso que a designação estará bem aproximada.

Há quem considere esta expressão latina “desengonçada” e já banalizada. Talvez o seu uso tenha sido, por vezes, superficial e abusivo, porém é um dos melhores conselhos de sempre, na minha modesta opinião…
Gilles Lipovetsky (A Felicidade Paradoxal, A Era do Vazio) refere o uso banalizado da expressão numa sociedade hipermoderna caracterizada pelo consumismo selvagem e pelo vazio interior, marcados pela efemeridade do tempo. Porém, não é pelo facto de se utilizar “cinicamente” um conceito que este passa a perder a sua validade e essência, certamente…

A questão é aparentemente fácil de colocar, mas parece-me mais trabalhosa de avaliar (com rigor). Quando se coloca no topo apenas os desafios e as metas a atingir, como pesados fardos que se vão carregando às costas, opta-se pela concentração no peso que se transporta, deixando-se de observar e apreciar o caminho a percorrer. Deixa-se de viver para sobreviver; automatizam-se comportamentos, confunde-se rigor e disciplina com ausência de alegria e satisfação.

Parece-me incontornável a obra de Eckart Tolle (Poder do Agora), a mensagem é simples, viver um dia de cada vez, viver o momento, o presente: “Não siga o passado, não se perca no futuro (…) O céu é Aqui e Agora, não o procure  noutro lugar".
Com os múltiplos desafios do quotidiano (incontestavelmente importantes) há que estar pronto para responder à altura a todas as exigências, porém, convém não esquecer o direito (!) a divertir-se e a poder relaxar… sim a descontrair!

Dito isto, gostaria apenas de relembrar que pode, sempre que quiser, respirar fundo e desfrutar daquilo que o rodeia, pois (quase) tudo padece de efemeridade… por isso “enjoy yourself it’s later than you think”.